as tormentas de Luis. (www.astormentas.com)

Poema ao acaso


Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.

Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão — felizes! — num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.

Morrer sem deixar porventura uma alma errante...
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?

Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento.
Em nenhuma epiderme.

Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: “Quem foi?...”

Morrer mais completamente ainda,
— Sem deixar sequer esse nome.


sexta-feira, 20 de março de 2009

pour me faire mourir




Une femme m’a donnée la vie

Une femme, aussi, me l’a prise

Et une femme,

encore une femme

Une femme,

encore méconnue,

Elle vit !

Pour me faire mourir





(Photo Marcel Mariën cr Sarah Whitfield)

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