as tormentas de Luis. (www.astormentas.com)

Poema ao acaso


<p>Apontas para o rosto sarcástico do sol de Inverno &nbsp;<br>e disparas. Há tantos meses que não chove – reparaste?<br>É o próprio céu a desistir de ti. E mesmo assim tu disparas, só sabes disparar.<br>Estás enganada, Europa. Envelheceste mal e perdeste a humildade. &nbsp;<br>Não é contra o sarcasmo que disparas, não é contra o Inverno,<br>nem sequer contra o insólito, contra o desespero. &nbsp;<br>Tu disparas contra a luz. &nbsp;<br>Podes atirar-nos tudo à cara, Europa: bombas, palavras, relatórios de contas. Podes até atirar-nos à cara um deputado, uma cimeira.<br>Mas os teus filhos não querem gravatas. Os teus filhos&nbsp;<br>querem paz.<br>Os teus filhos não querem que lhes dês a sopa. Os teus filhos querem trabalhar. &nbsp;<br>Há tantos meses que não chove – reparaste? &nbsp;<br>A terra está seca. Nem abraçados à terra conseguimos dormir. &nbsp;<br>Enquanto te escrevo, tu continuas a fazer contas, Europa. &nbsp;<br>Quem deve. Quem empresta. Quem paga.<br>Mas os teus filhos têm fome, têm sono. Os teus filhos têm medo do escuro. &nbsp;<br>Os teus filhos precisam que lhes cantes uma canção, que os vás&nbsp;<br>adormecer.<br>Eu acreditei em ti e tu roubaste-me o futuro e o dos meus irmãos. &nbsp;<br>Se estamos calados, Europa, é apenas porque, contrários ao&nbsp;<br>teu gesto,<br>nós não queremos disparar.&nbsp;</p>


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

amar CAUSAS PERDIDAS importa

- Luis Pastor en Santiago de Compostela -Acto esta noite de EU- Inicio C.E. Eleccións Galegas - .

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Por mi selva de palmeras
un azul de enredadera
Por la noche de mi pena
una urraca y un poema
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Na secreta matriz que te modela,
Um peixe de cristal solta delírios
E como um outro sol paira, brilhando
Sobre as águas, as margens e os lírios.
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Luis Pastor, cantar para dicer. Sempre, él mesmo. E sempre, tambén, máis que un pracer escoitalo.

Ademáis, non saber-ía dicer por qué, penso que tambén él sabe,

que cando se comezan a gañar,

COMEZAN A SEREN, TAMBÉN,

CAUSAS DEFINITIVAMENTE PERDIDAS.

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2 comentários:

  1. Têm que ser grandes, esses amores. Porque são trágicos.

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  2. E nestas alturas dá-me ganas de ser também galego. Ou pelo menos falar.

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